Em artigo publicado no site Mais PB, o colunista Luis Alberto Guedes destaca a viabilidade de o atual senador Cássio Cunha Lima (PSDB) romper com o governador Ricardo Coutinho e se lançar candidato ao Palácio da Redenção em 2014. O articulista monta a chapa com o ex-prefeito Luciano Agra na condição de candidato a vice-governador e Rômulo Gouveia para o Senado Federal.
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Formada a chapa de Cássio para 2014
Insistindo em duvidar que a inevitável separação de Cássio e Ricardo irá ocorrer antes mesmo de 2014, sinto-me tentado a dividir com meus leitores o que venho sondando acerca do futuro político de ambos. Ao meu conhecimento, as informações chegam como peças de um quebra-cabeça que, unidas, formam um panorama prá lá de impactante.
Depois de ouvir figuras ligadas aos dois grupos, consegui arrancar de ambos nomes e situações que, diante dos últimos fatos, formam perfeitamente um cenário que tem tudo para se confirmar em 2014.
Antes de qualquer outra informação, reflitamos acerca da ‘vontade’ do advogado Johnson Abrantes de reiterar os votos de Lewandowski e Joaquim Barbosa, no instante em que garantiram a Cássio sua elegibilidade. Porque tratar desse assunto mais uma vez? Porque insistir que o senador é elegível se (pelo menos pela boca de Cássio) esse não pretende disputar o posto com Ricardo Coutinho?
Para que entremos em um “parafuso” maior, relembro aos amigos que, no início do ano, a cúpula nacional do PSDB convocou seus mais renomados advogados para discutir o “Caso Cássio: elegível ou não?”. Revelo ainda que o próprio ex-governador já sondou sua equipe jurídica questionando se existe alguma brecha nas discussões legais que possam tirá-lo da disputa (como por pouco não aconteceu em 2010).
Como se não bastasse tantas “pistas”, o recado dado por Cássio nesta quarta foi incisivo: a aliança tem prazo de validade. Contudo, sem querer pra si a carga de ser o primeiro a dar o ‘grito de alforria’, colocou no colo do governador a responsabilidade de decidir se quer ou não mantê-lo ao seu lado por mais tempo: ou abre os espaços para seu grupo na chapa, ou ‘nada feito’. Como Ricardo não é do tipo que cede a esse tipo de pressão (relembrem a escolha de Agra como seu vice, mesmo contra tudo e contra todos) não consigo ver um acordo que possa agradar ao grego e ao troiano.
Outra questão que se levanta, e que pode ser colocada como peça chave na definição do futuro de Cássio, é a seguinte: irá Ricardo, depois de receber apoio do tucano em 2014, retribuir a ‘força’ recebida por duas vezes? Será que Cássio tem a certeza que irá contar com isso? Bem, se não tem, então está realmente decidido a ir para o confronto agora, antes que em 2018 seja tarde demais... E é esse apocalíptico panorama que muitas de minhas fontes dão como certa, e mais: com chapas já prontas para a briga.
De acordo com o que pude apurar, já está sendo costurado como vice de Cássio Cunha Lima o ex-prefeito Luciano Agra que, tendo aceitado a filiação ao PEN, irá contar com as bênçãos do presidente da Assembleia, Ricardo Marcelo (presidente do partido). Desta Feita, se uniria na mesma chapa Campina Grande e João Pessoa, visando anular as forças de Ricardo. Em tempo: recentemente Agra encontrou com o ex-governador tucano para um 'bate-papo'.
Ainda segundo as informações coletadas, como o senador da chapa despontaria o atual vice-governador Rômulo Gouveia. Como justificativa, a análise foi direta: no mesmo instante em que realizaria o sonho de chegar à Casa Legislativa Federal, evitaria o desconforto de apoiar alguém contra seu velho amigo Cássio.
Na primeira suplência do Senado, a grande surpresa: Lauremília Lucena, esposa do tucano Cícero Lucena, e ex-vice-governadora de Cássio. Com a 2º suplência ficaria o “cheio de tempo no guia” PTB, que planeja indicar Armando Abílio ou Carlos Dunga.
Então, diante dessa configuração de chapa, surgiria o questionamento: e de onde viria o dinheiro para financiar o projeto que pretende combater o forte Ricardo Coutinho? Perguntem ao milionário Deca do Atacadão, atual suplente de Cássio. Perguntem a ele o quanto está disposto a investir para ter os quatro anos de mandato que ainda restam a Cássio. Será que está disposto a colocar na conta 2/3 de seus milhões?... E quem não estaria?
Do outro aldo da trincheira - Pelo lado do governador, um nome já aponta como quase certo para a vaga no Senado, caso Cássio seja confirmado na disputa: Veneziano Vital do Rêgo. Sem forças em Campina, muito menos em João Pessoa (já que a aposta em Agra se esvairia e o PT ainda não teria construído um nome de peso para representar a Capital – já que Cartaxo, obviamente, não aceitará o convite), Veneziano irá enfim compreender que vai sobrar na curva, como aconteceu com Zé Maranhão. Reforçaria ainda a decisão de abdicar da disputa para tentar o Senado a pressão do próprio “Zé” de reforçar a única base que pode evitar a chegada de Cássio ao poder. “Ou aceitamos a união, ou daremos a coroa ao inimigo”, essa é a tese.
Ainda em processo de conversação, o vice-governador do grupo parece que virá de Brasília, ou, melhor dizendo, de Campina Grande: Aguinaldo Ribeiro. Sem fôlego ainda para disputar o cargo contra Cássio e Ricardo, e não disposto a voltar ao velho cargo no Congresso Nacional depois de brilhante passagem no Ministério das Cidades, chegaria o jovem ‘Ribeiro’ mais próximo do Palácio como vice de Ricardo, que, eventualmente, durante o mandato, irá passar a batuta para o substituto. Caso se confirme, abrirá espaço para sua irmã Daniella chegar enfim ao Congresso, que, por sua vez, deixará pavimentada a volta de Enivaldo Ribeiro ao Legislativo (como fez Wilson Braga).
Última cartada - Apenas um cenário colocaria Veneziano na disputa: a confirmação de um vice do PT. Mesmo ainda não visualizando um nome de peso que equalize a chapa a um nível “disputável”, a aposta do ex-prefeito campinense é no apoio do prefeito Luciano Cartaxo (o que daria a cara ‘pessoense’ ao bloco) e na benção da presidente Dilma Rousseff.
Sob esse panorama, três nomes despontam como prováveis para o cargo de senador: o ex-governador José Maranhão (incansável na tentativa de eleição), o ex-senador Wilson Santiago (situação essa que acalmaria a ‘fera’) e o próprio ministro Aguinaldo, que já jurou fidelidade a qualquer projeto político em que o partido de sua chefe Dilma esteja incluído.
Mudança completa – No caso de confirmado o nome de Aguinaldo Ribeiro como senador de Veneziano, ficaria a chapa de Ricardo temporariamente esvaziada. O novo cenário deixaria como certa, então, a confirmação de Wilson Santiago como senador da chapa.
Como vice, nessas circunstâncias, uma incógnita: DEM ou (contra tudo e contra todos) mais um nome da confiança do governador? Seria ele de Campina Grande, ou a pessoense Estelizabel Bezerra?
Então, cavalheiros, façam suas apostas...